segunda-feira, 30 de maio de 2011

Turista do Interior já é o 2o. mais importante do país

O interior de São Paulo já representa para as operadoras de turismo do Brasil a segunda região do país que mais viaja para destinos nacionais e estrangeiros. 


É o que aponta a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo). Segundo o diretor de turismo nacional da entidade, Salomão Barros Costa, as pessoas do Interior já se comportam como moradores de grandes centros. “Já temos vários passageiros que viajam em todos feriados do ano. Há grupos da melhor idade que viajam duas vezes por mês”, conta Salomão.

A maior operadora de viagens do país, a CVC, informou por meio de sua assessoria de imprensa que o Interior é bastante importante e estratégico. O mercado da região é o segundo maior, depois da Grande São Paulo, respondendo pelo 2º lugar em volume de passageiros e vendas na operadora.

O diretor diretor comercial e de marketing da MSC Cruzeiros, Adrian Ursilli, afirma que o interior de São Paulo representa para a companhia o terceiro lugar no ranking da empresa, ficando apenas atrás da capital de São Paulo e do Rio de Janeiro. “A região representa aproximadamente 13% do share [quota de mercado] da empresa”, afirma Adrian. 



Renda /Salomão explica o maior interesse do morador do Interior em viajar a turismo pelo aumento da renda do brasileiro nos últimos anos. “Além disso, muitas pessoas da classe média alta migraram para o Interior em busca de melhor qualidade de vida, o que impulsiona mais ainda o turismo”, comenta. 

Estudo da empresa IPC Target, que estuda o consumo em todos os estados brasileiros, aponta que o interior de São Paulo consumiu R$ 306,5 bilhões no ano passado, já quase a metade do estado todo, que foi R$ 641,5 bilhões. 
  
  
  
Perfil predominante do turista são de famílias da classe C 
As operadoras de turismo informam que o perfil predominante do cliente que viaja saindo do interior de São Paulo é formado por famílias da classe C. 


A CVC aponta a família média brasileira, normalmente um casal e dois filhos. Dos 2,5 milhões de brasileiros atendidos e embarcados pela CVC em todo o Brasil em 2010, 440 mil passageiros eram do interior de São Paulo. Se comparado a 2009, houve um crescimento médio de 22% no número de passageiros embarcados.

Na opção dos cruzeiros turísticos, o turista saído do interior de São Paulo é formado principalmente por pessoas entre 25 e 55 anos. Há muitas famílias, casais e grupos de amigos. A MSC afirma que no caso dos cruzeiros temáticos, a programação diversificada atrai um público com gostos e afinidades semelhantes, sejam crianças, adolescentes, adultos ou idosos.

A grande maioria dos hóspedes de cruzeiros opta pelo parcelamento em 10 vezes no cartão de crédito ou cheque. Nas opções de turismo terrestre e aéreo o cliente também costuma pagar sua viagem em 10 vezes. 

As operadoras oferecerem o parcelamento sem juros, mas a Fundação Procon alerta que o consumidor deve sempre perguntar o total a pagar com e sem o financiamento e as taxas de juros pelo atraso no pagamento antes de fechar negócio.

  
  
Procon-SP dá série de orientações 

O Procon-SP, por meio de sua assessoria de imprensa, divulga uma série de orientações para o consumidor que vai viajar. O órgão de defesa orienta que as pessoas busquem referências sobre agências de viagem com pessoas de confiança que tenham usado os serviços e acesse o cadastro das empresas reclamadas no Procon-SP, pelo telefone 151 ou pelo site www.procon.sp.gov.br.









Contratos precisam ser bem detalhados

No contrato (ou ficha roteiro de viagem) deve constar tudo o que foi acertado verbalmente e oferecido pela publicidade. As cláusulas que possam colocar o consumidor em desvantagem exigem maior atenção, sobretudo quanto à possibilidade de alterações nos hotéis, passeios, taxas extras e transportes. O Procon-SP orienta guardar uma via datada e assinada. 



Agência deve fornecer os vouchers

Fechado o negócio, a agência deve fornecer os vouchers (comprovantes de reserva de hotéis, traslados etc.) bem como recibos dos valores pagos, bilhetes, passagens com datas de saída e chegada. Em atrasos de voos o consumidor tem direito a benefícios como prioridade no próximo embarque e ressarcimento ou abatimento proporcional.

domingo, 29 de maio de 2011

Preço da carne de boi vai cair no açougue este mês


Pela primeira vez desde outubro do ano passado, a arroba no estado de São Paulo está com preço abaixo de R$ 100; segundo especialista, fatores climáticos ajudam a maior oferta de boi gordo e devem durar até junho

Prepare-se para comer mais carne vermelha. O preço vai cair nos açougues neste mês e em junho.
Desde outubro do ano passado, a arroba do boi no estado de São Paulo estava com preços acima de R$ 100. Porém, desde anteontem, eles começaram a cair. Ontem, a Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), mostrou que o preço fechou em R$ 98,95.
 A  oferta de animais ainda não aumentou de forma expressiva, mas  compradores reduziram a demanda no estado de São Paulo ao realizar negócios com outros estados, principalmente  Mato Grosso do Sul, onde a oferta esteve ligeiramente maior. A queda de preço deve ser repassada para os açougues na reposição de estoques.



Alívio temporário/O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Antenor Nogueira, explicou que a atual queda de preço é sazonal. “No Centro-Oeste estamos sem chuva e com temperatura menor. No interior falamos que o boi está ‘lambendo’ o vento. O animal fica mais quieto e come menos nessa época do ano. Mas, ao mesmo tempo, os animais mais velhos precisam ser desovados porque tem menos pasto, assim o produtor vende todo o boi gordo e o preço cai no frigorífico”, afirma.
Mas Antenor salienta que essa oferta maior de boi gordo só vai durar em maio e junho, quando é temperatura é menor no Centro Oeste. Segundo ele, há falta de matrizes (veja ao lado). 

Produção deve melhorar ano que vem
Há cinco anos o preço da arroba doboi estava baixo e isso desestimulou a criação. Com isso, muitas matrizes (vacas) foram abatidas. Por consequência, ano passado houve uma oferta de boi menor nos frigoríficos para abate. Antenor Nogueira, da CNA, afirmou que esse problema ainda persiste no Brasil e só deve se estabilizar ano que vem. “Ainda faltam matrizes no mercado. Em 2006 o percentual de abate de fêmeas chegou a ser de 47%. Hoje esse percentual caiu para 23% e a tendência é a produção crescer muito no ano que vem”, aponta o especialista.

Custo de vida sobe e o governo tem culpa nisso

O dragão da inflação voltou para atrapalhar o custo de vida das famílias brasileiras. Na opinião de especialistas, esse cenário de aumento de preços vai durar pelo menos até o ano que vem. As razões apontadas são várias, incluindo o dedo do próprio governo.


O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação do país, registrou variação de 6,51% no acumulado dos 12 meses, primeiro resultado superior ao teto da meta da inflação desde junho de 2005.



Segundo a economista Cornélia Nogueira Porto do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), os gastos com alimentação de maio do ano passado até abril deste ano subiram 9,55% e os de transportes 11,55%. 

Entre as razões apontadas para o aumento de preços está o aumento do emprego nos últimos anos, que causou o crescimento da massa salarial e com ela o aumento da demanda, que a produção nacional nem sempre dá conta de atender. “Mas acima de tudo o aumento do crédito contribui muito mais, ou seja, o consumo das famílias se deu com aumento do endividamento através da oferta excessiva de crédito” analisa o economista e professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), José Nicolau Pompeo.

Para piorar, o maior consumo no país também veio num momento de entressafra da cana-de-açúcar, ou seja, faltou etanol e os preços nas bombas de álcool e gasolina subiram. 



vilão/ Uma parte expressiva da culpa da inflação é do governo. Este ano, um dos principais vilões da inflação são os serviços e produtos com preços sob controle ou vigilância do governo, os chamados preços administrados, como impostos, energia elétrica, água e esgoto, telefonia, combustíveis e remédios. 

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, estima que a variação do conjunto de preços administrados neste ano seja de 4%. Por exemplo, neste ano a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) está aprovando reajustes até acima dos pedidos pelas empresas.

Os preços administrados são corrigidos pelo IGP-M ou IGP-DI e esses índices vem apresentando evoluções acima do IPC (inflação oficial do governo). Isso está ocorrendo porque o IGP-M tem um conteúdo de 60% do IPA (índice de preços ao atacado) e esse índice varia de acordo com a oscilação dos preços das commodities internacionais, como alimentos, minérios e petróleo, que estão batendo recordes de preços por causa da especulação e grande demanda da China.

O presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia), Heron Carlos do Carmo, explica que todos esses reajustes estão em contratos, portanto, são de difícil mudança. “O que o governo deve fazer é rediscutir todos os contratos quando chegar a renovação. Esse sistema de indexação precisa mudar, não há necessidade de reajustes todos os anos”, comenta.

Prevendo a dificuldade na renegociação de contratos, José Nicolau Pompeo sugere uma postura mais ativa do governo para aumentar a competitividade nos setores com preços administrados. “Para aumentar a competição nos setores teria que haver uma maior abertura da economia brasileira e o próprio governo teria que enfrentar os lobbies existentes nos setores”, afirma. 

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland de Brito, divulgou que o governo analisa como reduzir a indexação da economia. Ele, porém, garantiu que qualquer alteração não significará “ruptura ou rompimento de contratos”, que deverão ser alterados à medida de seus vencimentos.



CRÍTICA 


“Preços administrados deveriam ter um reajuste maior só em desequilíbrios econômicos graves, uma espécie de gatilho’



Heron do Carmo

presidente do Corencon-SP 
  
  
Consumidores se organizam e tentam combater 
Elas lidam todos os dias com a inflação, mas não são economistas e nem participam do governo. Porém, as donas de casa reconhecidamente são craques nas técnicas de economizar dinheiro. Por exemplo, o Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais, que existe desde 1983, está se organizando para combater a volta da inflação. A presidente da entidade, Lúcia Pacífico, orienta a substituição dos produtos que tiveram alta significativa por outros similares. “No caso dos produtos de limpeza, por exemplo, a dona de casa pode procurar por marcas que tenham o mesmo princípio ativo, pois são sempre os mesmos em todas as marcas. O que muda é a embalagem, mais bonita e mais sofisticada”, diz. 


Outro conselho é que as pessoas evitem empréstimos bancários e os crediários nas lojas, principalmente, se puderem adiar a compra de bens.

“É importante a mobilização de todos: governo, iniciativa privada, donas de casa, para que a inflação não volte, uma vez que ela é altamente danosa para todos. Os efeitos de uma inflação, nós já vivemos isso na década de 80, são altamente nocivos para os orçamentos domésticos. Isso não significa trazer expectativas negativas. Sem terrorismo”, observou Lúcia.

O professor de finanças pessoais Marcos Crivelaro indica que as pessoas devem ter primeiro a noção real de sua renda. “O salário real não é o bruto, mas sim o líquido descontado os impostos, os créditos consignados etc. Também desconte, em uma planilha, os custos fixos do mês e financiamentos. O que sobrar é o que pessoa pode gastar. Mas sempre vale a pena também poupar para emergências e planos futuros”, diz.

No dia a dia, ele lembra que pesquisar preços e comprar à vista com desconto sempre vale a pena. Ações como carona solidária, usar transporte público, almoçar em grupo para obter descontos ou trazer a comida de casa são outras dicas de ouro. (Com Agência Brasil)