terça-feira, 23 de agosto de 2011

Líbia tem riscos de ter novo tirano

Com o avanço cada vez maior das forças rebeldes em Trípoli, capital da Líbia, a ditadura de  42 anos de Muammar Kadafi parece estar chegando ao fim. Mas há grandes riscos de um tirano entrar no lugar do atual.
O professor de Relações Internacionais da ESPM e ex-funcionário do Conselho de Segurança da ONU, Heni Ozi Cukier, comenta que a Líbia, um país sem Constituição que, antes de construir um estado, precisa construir uma nação. “É um país muito fragmentado, com cerca de 140 tribos e que sempre foi unido na base da força. Seria comum se outro tirano ascendesse ao poder”, diz.
O CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político da rebelião na Líbia, já deu declarações sobre as etapas a serem atingidas para chegar numa democracia, mas a complexidade do país dificulta isso. A Líbia tem cidades separadas pelo deserto e sem boas ligações terrestres, por isso o leste e oeste  nunca foram completamente unificados. Além disso, há extremistas muçulmanos em solo líbio.
Brasil /A Líbia é um parceiro comercial pequeno do Brasil. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, ano passado foram exportados US$ 456 milhões aos líbios. As exportações totais brasileiras encerraram o período com valor de US$ 201,9 bilhões.
Para Heni, a provável queda de Kadafi deve afetar apenas politicamente o Brasil. “O Itamaraty, desde o presidente Lula, sempre foi contra a uma participação internacional na Líbia, defendendo sua soberania. No aspecto legal foi uma posição correta, mas moralmente ficou feio para o Brasil”, analisa.

Ditador tem fortuna de US$ 100 bilhões espalhada pelo mundo

Parte do dinheiro foi bloqueado, o que facilitou o avanço dos rebeldes


Paradeiro de Kadafi
é incerto
O governo norte-americano anunciou ontem que não há evidências de que o ditador da Líbia, Muammar Kadafi, tenha deixado Trípoli após a chegada das tropas rebeldes. Durante o conflito, também especulou-se que Kadafi poderia se refugiar na Venezuela, mas isso não foi confirmado ontem.

Setor do petróleo reage bem
A queda iminente de Kadafi animou o setor petrolífero, já que a Líbia é responsável por 2% do petróleo mundial e, desde que a revolta popular começou, sua produção caiu. Em Londres, a cotação do  barril de petróleo  Brent caiu 1,38% para 107,12 dólares.

sábado, 20 de agosto de 2011

Anote aí: trabalho temporário vai crescer no Natal deste ano

O trabalho temporário é uma esperança de emprego todos  os anos para milhares de brasileiros. A data mais forte de contratação sempre é o Natal, mas neste ano existe o temor popular de que os efeitos de uma possível crise econômica nos EUA e na Europa cheguem ao Brasil.
Porém, o Natal de 2011 parece estar “salvo”. A Manpower, empresa multinacional de gestão de mão de obra terceirizada, a maior do ramo, afirma que continua recebendo vários pedidos para intermediar  a contratação de trabalhadores para o comércio e a indústria.
A empresa  estima que o consumo durante o último trimestre do ano deve crescer cerca de 6%, apesar  de ser uma taxa menor que os 15% registrados no mesmo período do ano passado. “O Brasil vive hoje um crescimento recorde, mesmo à sombra das instabilidades internacionais”, diz Riccardo Barberis, executivo da Manpower.
A indústria paulista também afirma esperar crescimento, mesmo que menor. Segundo dados apresentados esta semana pela  Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ), o setor deve registrar 2,4% de crescimento no período, contra os 4,7% obtidos em 2010.
efetivações /A diretora de comunicação da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário),  Jismália de Oliveira Alves, lembrou ontem que a crise financeira mundial de 2008 só atingiu o Brasil no ano seguinte, por isso espera que o trabalho temporário não seja afetado este ano também.
“Com certeza o Natal deste ano vai ter aumento de contratações. As empresas já compraram suas matérias-primas e já têm seu planejamento para o final de ano”, comenta.
De acordo com a Asserttem, em 2009 o  trabalho temporário foi afetado principalmente nas efetivações, ou seja, as empresas continuaram contratando, mas frearam as efetivações. Em 2008, esse índice foi de 28% e no ano seguinte, 25%.

Ministro descarta que crise vá afetar empregos
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho,  foram criados 1,59 milhão de empregos com carteira assinada nos sete primeiros meses deste ano. Com isso, houve queda de 14% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 1,85 milhão de vagas. No mês passado, o país registrou a criação de 140.563 empregos em julho, queda de 22,6% em relação a julho do ano passado.
Ao apresentar os números, ontem, o ministro  Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que as férias de julho e a queda na produção agrícola no Sul e Sudeste prejudicaram a geração de vagas, além das medidas do governo para desacelerar a economia para combater a inflação. Mas ele praticamente descartou que a atual crise internacional atinja o mercado de trabalho brasileiro. 
“O pivô da crise é os EUA. O poder de consumo do americano está diminuindo. Eles têm que tomar algumas medidas para incentivar o consumo. É um comportamento completamente diferente da realidade brasileira”, disse o ministro.
Jovens se beneficiam
“Nosso setor [trabalho temporário] vem crescendo de 7% a 8% ao ano. Grande parte para jovens em situação de primeiro emprego”
 Jismália de Oliveira Alves
diretora da Asserttem


Trabalho temporário sem crise

Natal do ano passado
140 mil vagas temporárias no Brasil -> alta de 12% em relação ao Natal de 2009
42.434 no estado de São Paulo
Até julho deste ano
114,8 mil vagas temporárias -> alta de 10% em relação ao período de janeiro a julho do ano passado
Natal deste ano
Ainda não estimativas exatas, mas a expectativa de empresas de RH e do setor de trabalho temporário é manter a alta nas contratações, mas com uma alta um pouco menor do que em 2010

+ Principais áreas com vagas para o Natal
Comércio (lojas de rua, os shoppings e os supermercados) -> profissionais mais procurados são vendedores e caixas
Indústria (segmentos de alimentos, bebidas, bens de consumo, vestuário, brinquedos, eletrônicos e papel) -> profissionais mais procurados são operadores de linhas de produção
+ Onde achar sua vaga
Fontes: Ipema, Asserttem e empresas de RH

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Agronegócio sobe; China deve manter ânimo brasileiro


Um dos principais motores da economia brasileira, o agronegócio, está com um grande desempenho nas exportações, mas também vive a incerteza da crise econômica que pode se alastrar pelo mundo.

Ontem, o Ministério da Agricultura revelou que o agronegócio alcançou  um novo recorde ao exportar, no acumulado dos últimos 12 meses, entre agosto do ano passado e julho deste ano, US$ 85,76 bilhões em produtos agropecuários. O resultado é 23,7% maior que o registrado nos 12meses anteriores, quando o valor comercializado para o exterior foi US$ 69,36 bilhões.

FATOR CHINA /O pesquisador do IEA (Instituto de Economia Agrícola) José Sidnei Gonçalves disse ontem que um impacto negativo da crise nas exportações agrícolas, se acontecer,deve apenas ocorrer no ano que vem, pois os contratos comerciais têm em média quatro meses.
“Mas a China é o principal comprador dos produtos do agronegócio brasileiro. Eles atravessam problemas com inflação atualmente, mas o país está se urbanizando e precisa comer. A tendência é as compras continuarem altas”, diz
.
Porém, um risco é a queda no preço das commodities agrícolas, que têm seu valor definido em negociações no mercado financeiro. Se a crise deixar os mercados pessimistas, de “mau humor”, aí o preço deve cair. No
começo da semana as principais commodities agrícolas já encerraram com perdas expressivas no mercado norte-americano, inclusive no açúcar.


Principais  compradores do Brasil são a China (14,8%) e os Países Baixos (7,4%)

Os três produtos líderes do 1º semestre são soja, carne e o complexo sucroalcooleiro


Ministério tem cenário similar a 2009
O Ministério da Agricultura informou que não considera que o agronegócio brasileiro será afetado pela crise dos países ricos. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura,
Célio Porto, acredita que não haverá grande impacto nas exportações brasileiras. “A experiência de 2009 [ano da crise financeira mundial] mostra que o impacto pode ser maior nos preços e não nas quantidades
demandadas”, explica.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Juro do cheque é o maior dos últimos cinco anos no país


Alerta para quem está endividado ou pensa em contrair alguma. As taxas de juros voltaram a se elevar mês passado, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

O destaque negativo foi a taxa média do cheque especial, que passou de 8,10% ao mês para 8,27%, a maior
desde fevereiro de 2005. A razão apontada são as  medidas tomadas neste ano pelo Banco Central para reduzir a demanda e combater a inflação, como a inclusão ou aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em várias operações de crédito.

Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, apenas uma se manteve estável: o cartão de crédito rotativo, mas que já estava bem alta, 10,69%.

CRISE INCERTA /Segundo o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira, mantidas as condições atuais da economia, a expectativa é de que as taxas de juros voltem a ser elevadas nos próximos meses por conta dos efeitos das medidas já tomadas pelo governo.

Mas, caso a crise nos EUA e na Europa se agrave, com recessão nas principais economias do mundo, a tendência é o Banco Central reverter todas as medidas. “Se a crise desacelerar a nossa economia e com isso aumentar a inadimplência por conta de um desemprego maior, aí inevitavelmente os juros vão cair. Entretanto, dentro de um quadro destes a tendência é o governo tomar medidas para incentivar o consumo”, analisa.


Anefac recomenda organização
Para o consumidor conseguir viver nesse cenário de juros altos, a Anefac tem uma série de recomendações. O consumidor deve organizar a sua vida financeira elaborando um orçamento doméstico como forma de
definir quais são as suas reais necessidades e planejar todos os seus gastos considerando sempre apenas
sua renda disponível. Outra indicação é gastar menos do que tem de renda como forma de fazer uma reserva
financeira para eventuais gastos extras não previstos ou até para planejar a compra de algum bem no futuro. O cheque especial não é renda e deve ser utilizado por um período curto e emergencial.


Atenção para não ficar no vermelho

+ Taxa de juros ao mês em julho
Para consumidores
Comércio - 5,70%
Cartão de crédito - 10,69%
Cheque especial - 8,27%
CDC (bancos) - 2,37%
Empréstimo pessoal (bancos) - 4,67%
Empréstimo pessoal (financeiras) - 9,34%


+ Simulações
Uma pessoa que tenha uma dívida de R$ 100 todos os meses no cheque especial ao final do ano (12 meses)
Considerando uma dívida de R$ 100 não pagos após 12 meses este consumidor estaria devendo R$ 259,48

Uma dívida de R$ 100 no cartão de crédito ao final de um ano (12 anos)
Considerando uma dívida de R$ 100 não pagos após 12 meses este consumidor estaria devendo R$ 338,30


+ Pesquise a taxa de juros
Banco Central: http://www.bcb.gov.br/?TXJUROS


Fontes: Anefac e Banco Central


Luxo no Interior já gira R$ 71,5 bilhões


Requinte, sofisticação e marcas caras. Estamos sim falando do interior de São Paulo. É o novo mercado que marcas luxo estão apostando. E muito.

E há todos os motivos para esse interesse. A pedido da reportagem, a IPCMarketing, consultoria especializada no perfil de consumo das cidades brasileiras, fez um levantamento sobre o potencial de
consumo neste ano da classe A no Interior e em todas as 27 capitais do país.

O Interior de São Paulo lidera com R$ 71,5 bilhões na frente de capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Marcos Pazzini, tecnólogo e diretor da IPCMarketing, comenta que há uma “interiorização do consumo”, seja pela migração de pessoas de mais renda para o Interior ou com a abertura e ampliação de empresas nessa região. “Houve um aumento do potencial de consumo nas classes A1 e A2 no período de 2010 para 2011, o que permite concluir que há espaço para consumo de mais artigos de luxo no interior de
São Paulo’, conclui.

PREÇOS ALTOS /Já há vários estabelecimentos voltados para esse público. Por exemplo, em
Sorocaba, o Padovanella Ristorante oferece pratos de alta gastronomia em média por R$ 90.

A grife Le Lis Blanc já tem oito lojas no Interior, sendo uma em Rio Preto há 2 anos e meio. Criada
pela empresária Traudi Guida em1988, é sinônimo de roupas femininas e produtos para a casa de alto luxo. A marca tem vestidos de seda de R$ 1,4 mil.

Nos imóveis, oCreci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) aponta apartamentos em áreas nobres de Rio Preto por R$ 5 m i l o metro quadrado, R$ 4.159,29 em Campinas, R$ 3.214,29 em São José dos Campos, e R$ 2.380,95 em Bauru.

Segundo estudo nacional da GfK Brasil e da MCF Consultoria & Conhecimento, o tíquete médio gasto pelos clientes do luxo no país, ao comparar os anos de 2009 e 2010, tem valores que passaram de R$2.726 em 2009 para R$ 4.710 no ano passado.


Mercado tem entraves para crescer mais
Segundo a GfK Brasil, a expansão do setor de luxo no Brasil tem entraves para crescer ainda mais. A penetração de produtos e serviços de luxo no país é estimada em apenas 2,5% da população, restringindo-se às camadas mais altas – predominantemente Classe A1 e parte da A2. O tamanho do mercado ainda
é desproporcional quanto à sua capacidade. Além disso, a ausência de mão de obra qualificada e a carga tributária (exageradamente alta, dificultando a implantação e desenvolvimento de mais empresas e marcas) também são apontados como problemas.


Empresas querem expansão fora do eixo Rio-São Paulo

Entre abril e maio deste ano, a GfK Brasil e MCF Consultoria & Conhecimento realizaram uma grande pesquisa com 79 empresas do segmento de luxo. As empresas apontaram que têm intenção de expandir suas marcas para fora do eixo Rio-São Paulo. Hoje a maioria dos clientes (34%) do setor estão na faixa de 35 a 45 anos. Paulo Carramenha, diretor presidente da GfK Brasil, destaca que a expansão de vendas no Brasil

deve acontecer com o alcance de mais públicos. “A maior longevidade do brasileiro e a melhoria de condições financeiras da população mais velha elevam em muito sua capacidade de consumo. Outro público a ser considerado é o de clientes mais jovens, que ainda é pouco explorado pelo setor. A estratégia para atingi-los deve ser baseada em ambiente virtual ”, analisa.


Interior luxuoso

+ Quanto as classes altas vão consumir este ano
Interior de São Paulo
A1 - R$ 13,9 bilhões
A2 - R$ 57,5 bilhões
Soma = R$ 71,5 bilhões

Cidade de São Paulo
A1 - R$ 15,9 bilhões
A2 - R$ 52,2 bilhões
Soma = R$ 68 bilhões

+ Detalhamento do Interior
-Alimentação fora de casa
A1 - R$ 663 milhões
A2 - R$ 3,2 bilhões
-Vestuário
A1 - R$ 233,9 milhões
A2 - R$ 1,4 bilhão
-Gastos com veículos
A1 - R$ 616 milhões
A2 - R$ 3,3 bilhões

(Classe A1 - renda média de R$ 13,1 mil / Classe A2 - renda média de R$ 9,1 mil)


+ Marcas mais desejadas
Louis Vuitton 23%
Giorgio Armani 10%
Chanel 8%
Christian Dior  6%
Gucci 5%
Tiffany & Co 4%
Ferrari 4%


+ Faturamento do mercado de luxo no Brasil
2006 - R$ 8,4 bilhões
2007 - R$ 9,9 bilhões
2008 - R$ 11,10 bilhões
2009 - R$ 12,30 bilhões
2010 - R$ 15,73 bilhões
2011 - R$ 20,9 bilhões


Fontes: GfK, MCF Consultoria e IPC Maps





terça-feira, 9 de agosto de 2011

Estado vê crescimento histórico de estrangeiros e multinacionais

No começo do século passado, milhares de italianos, portugueses, japoneses, árabes, entre outras nacionalidades, adotaram o Brasil como pátria e ajudaram a consolidar o crescimento do estado de São Paulo.

Hoje ocorre algo parecido. Segundo o Ministério do Trabalho divulgou na semana passada, o número de imigrantes cresceu 39% no primeiro semestre no estado de São Paulo - total de 9.635. Nesse ritmo, o número geral no ano deve superar o do ano passado (22.371), que já foi historicamente muito alto.

São pessoas que chegam aqui aproveitando investimentos nacionais e externos. Segundo a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise dos Dados), 180 investimentos multinacionais ou com participação nacional foram anunciados no Interior entre 2009 e o primeiro semestre do ano passado, somando R$ 17,9 bilhões até 2039. No estado todo, também até 2039, são 993 investimentos, somando R$ 40,6 bilhões.

INTERCÂMBIO /O secretário de Desenvolvimento Econômico, do estado, Paulo Alexandre Barbosa,
afirma que há pelos dois polos de atração de imigrantes para trabalho especializado em São Paulo: no Interior, a produção de etanol, e no Litoral, a tecnologia de exploração de petróleo
em águas profundas.

“Esse intercâmbio de informações é positivo, porque facilita a formação de novos recursos humanos, ajudando na competitividade das empresas e estimulando a economia”, diz.

Segundo o coordenador geral do Conare (Comitê Nacional para Refugiados), Renato Zerbini, o Brasil e São Paulo, por causa da economia aquecida, já têm um movimento semelhante de imigrantes ao que aconteceu na segunda metade do século 19 e início do 20.


Fapesp tem acordos para segurar ‘cérebros’ estrangeiros



Estatuto do Estrangeiro recebe críticas
O Brasil teve vários fluxos imigratórios em sua história. Segundo o IBGE, o maior número ocorreu de 1904 a 1913, com pouco mais de um milhão de pessoas, sendo que a maioria era de portugueses, espanhóis e italianos.

Para o advogado do escritório Garcia, Fernandes e Advogados Associados, especialista em direito internacional, Luís Renato Vedovato, o país não tem hoje uma política para recepcionar o imigrante. “É um processo demorado, é exaustivo e burocrático, deixando o estrangeiro, na maioria das vezes, sem condições de lutar por seus direitos”, critica.

A Lei 6815/80, o chamado Estatuto do Estrangeiro, reserva à Polícia Federal a responsabilidade
de cuidar do estrangeiro, que recebe críticas de mau atendimento. Com as várias reclamações, o secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, comprometeu-se a facilitar o máximo possível a regularização definitiva de imigrantes beneficiados pela anistia realizada em 2009.

Imigrantes anistiados têm prazo atê este mês
Em julho de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 11.961, oferecendo o direito de os imigrantes em situação irregular ficarem no país, cerca de 45 mil estrangeiros na época. Agora é preciso que os anistiados com a residência provisória peçam a permanente. Os prazos vencem em agosto. Eles devem procurar a Polícia Federal.



TRÊS VISÕES DOS
IMIGRANTES
1 Imigrantes são bem
aceitos no Brasil
Pesquisa mundial do instituto de
pesquisa Ipsos MORI divulgada
na última sexta mostra que o
Brasil é o país que vê os imigrantes
de maneira mais positiva
(49%). Foram ouvidas 17 mil pessoas
em 23 países.

2 Há países em que há
muita rejeição
O número de pessoas insatisfeitas
com a presença de estrangeiros
foi consideravelmente maior
em alguns países europeus, como
Rússia (77%), Bélgica (72%), Grã-
Bretanha (71%), Itália (67%) e Espanha
(67%). Na Argentina também
houve muita rejeição (61%).

3 Maior queixa é
tomada de emprego
As queixas principais contra os
imigrantes são o aumento da dificuldade
para conseguir emprego
nos países e a pressão extra
sobre os serviços públicos que
acaba os deixando precários.




+ Autorizações concedidas a estrangeiros para trabalhar
 
Brasil
2008 - 43.993
2009 - 42.914
2010 - 56.006
Primeiro semestre de 2010 - 22.188
Primeiro semestre de 2011 - 26.545 -> alta de 20%
 
Estado de São Paulo
2008 - 17.229
2009 - 18.956
2010 - 22.371
Primeiro semestre de 2010 - 6.890
Primeiro semestre de 2011 - 9.635 -> alta de 39%
 
 
 
+ Valores de investimento efetuados por estrangeiros pessoa física
Estado de São Paulo
2010 - R$ 43.274.162,85
Primeiro semestre de 2010 - R$ 13.008.076,04
Primeiro semestre de 2011 - R$ 25.204.712,07 -> alta de 94% 
 
 
+ Ocupação dos estrangeiros no estado de São Paulo
Primeiro semestre de 2011
Estrangeiro na condição de artista ou desportista, sem vínculo empregatício - 3.246
Assistência Técnica por prazo até 90 dias; sem vínculo empregatício - 1.503
Tripulante de Embarcação de Turismo, sem vínculo empregatício - 1.424
Especialista com vínculo empregatício - 1.063
Assistência Técnica, Cooperação Técnica e Transferência de Tecnologia - sem vínculo empregatício - 725
Administradores, Diretores, Gerentes e Executivos com poderes de gestão e Concomitância - 398
Estrangeiro para trabalho a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira - 277
Investidor Pessoa Física - 147
Outros - 852
 
 
+ Principal origens dos estrangeiros no estado de São Paulo
Primeiro semestre de 2011
EUA 1.820
Alemanha 747
Reino Unido 664
Filipinas 531
Japão 505
China 496
Índia 392
França 362
Venezuela 334
Espanha 268
 
 
 
Fonte: Coordenação Geral de Imigração

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bolsa de Valores já tem saída de investidores

A BM&FBovespa registrou, em julho, queda no número de investidores na figura de  pessoa física no mercado de ações, para 598.223 contas. O número é 0,83% menor do que o registrado em junho, de 603.259 investidores. Em 12 meses, o melhor número foi em setembro do ano passado, com 630.895.
As Bolsas do mundo todo estão mal das pernas, isso explica a fuga do pequeno investidor, que perdeu dinheiro. Há um pessimismo em relação aos países europeus e aos EUA, que enfrentam graves problemas de dívida pública e desemprego.  No Brasil, a saída da  Bolsa ocorre também por causa dos juros altos e da inflação. E também receio de um tombo grande por parte dos inexperientes.

O que fazer? /Apesar dos maus resultados atualmente na Bolsa, o economista especialista em mercado de capitais internacional e professor da BBS (Business School), Ricardo Torres, não acha que seja a melhor solução “abandonar o barco”. “É um momento de queda no preço de ações, o investidor vai perder dinheiro se vendê-las”, afirma.
Se o investidor tiver reservas para suportar esse período de instabilidade, o ideal é deixar as ações paradas e até esperar um momento de piora para comprar novas ações. “O Ibovespa [termômetro de negócios da Bolsa] deve cair mais. Quando voltar para os 47 mil pontos é hora de comprar ações mais baratas. O grande truque da Bolsa é comprar em momentos certos”, orienta.  Ele prevê que a Bolsa deve melhorar em 2012.

Ibovespa fechou julho em - 5,74%. Maioria de investidores são estrangeiros (32,73%)

 Dívida pública dos EUA é  de US$  14,58 trilhões, valor que supera o PIB de 2010

Renda fixa comemora juros altos
O Brasil tem os maiores juros do planeta. O Banco Central voltou a elevar a taxa de juros no mês passado, desta vez para 12,5% ao ano. As aplicações em renda fixa, por esse motivo, estão mais atrativas. Os fundos de investimento registraram uma captação de R$ 45,8 bilhões no primeiro semestre, segundo dados da Anbima (Associação Nacional das Entidades do Mercado Financeiro). Mas vale lembrar  que os fundos cobram taxa de administração e podem ter Imposto de Renda.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Copa 2014 atrai tecnologia que vai facilitar a vida do consumidor

A Copa do Mundo de 2014 no Brasil vai criar negócios muito lucrativos. E a tecnologia está
diretamente envolvida nisso.

Daqui a três anos ela será uma aliada ainda maior das pequenas empresas se todas as inovações
previstas para o país saírem do papel.

Os investimentos previstos somam R$ 70 bilhões, dizem os especialistas. Tecnologia que o
consumidor final vai usar no seu dia a dia.

Deolho nisso,várias entidades e empresas do país, como a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), vão realizar a partir deste mês o ECOM 2011 (Seminário e Workshop Nacional de Comércio, Negócios e Meios de Pagamento), que vai girar pelo país até outubro.

Um dos responsáveis pelo evento, o especialista em marketing estratégico e consultor em comunicação corporativa Marcelo Castro, afirma que cada vez mais os sistemas para negócios e dispositivos são atraentes, com plug & play (funcionamento imediato), fáceis de usar e auto explicativos, como os tablets.

“Imagine você indo numa loja e não precisando ir até o terminal com o vendedor para pedir
um desconto, pois ele poderá mostrar o produto para você em detalhes na porta da loja, dizer se tem estoque e que desconto poderia terdar, instantaneamente. Isso já é possível com os tablets”, exemplifica.

A inovação tecnológica vai trazer também a substituição do trânsito de dinheiro e cheques por meios eletrônicos de pagamentos. Isso, além de evitar assaltos e prejuízos, vai atrair mais clientes que buscam segurança e velocidade.

INOVAÇÃO /Uma das características importantes no cenário de negócios é a inovação constante nos produtos e serviços e também na própria empresa.

O consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio As Micros Empresas de São Paulo), Suemitsu Osada, destaca que a tecnologia é vital para ser inovador. “Para reposicionar a empresa frente às mudanças constantes de mercado, é prioritário que o empresário deva envolver inovação e tecnologia na gestão do seu negócio”, destaca o especialista.

Para inovar, nos próximos anos estão previstos investimentos públicos e privados que vão ajudar as empresas e tornar a tecnologia mais acessível.

Uma das novidades será a telefonia 4G, com velocidade  mínima de 100 Mbit/s a até 5 Gbps. A meta do governo federal é licitar a frequência necessária de 2,5 Ghz até o primeiro semestre do ano que vem.

Isso tornará mais fácil a instalação no Brasil das redes de pagamentos móveis. Paralelo a isso, os tablets de fabricação nacional deverão chegar a partir de setembro, com preços 40% menores.


Site permite venda de cursos e troca de contatos
Um dos exemplos recentes de como usar a internet para agregar clientes e conhecimento é o
site Izzui, que gratuitamente permite às pessoas criarem cursos online interativos.

Francisco Ferreira, diretor de desenvolvimento de produtos da Affero, a empresa responsável
pelo desenvolvimento, conta que desde dezembro mais de 100 cursos já foram incluídos no site.

“A maioria são de pequenas empresas e profissionais liberais. É possível interagir, fazer chats, convidar amigos e agir integrado ao Facebook. Também é possível vender os cursos”, omenta.

A administradora Simone Velozo, 36 anos, foi das pessoas que criou um curso no site. Ela disponibilizou um guia para legalização de empresas, com dicas de documentação e órgãos a consultar. “É uma troca de experiência e também já fiz até agora 36 contatos para minha empresa. A internet é um mar de possibilidades”, afirma.



Use a internet para aumentar seus negócios
+ Uma pequena empresa pode usar as facilidades online para
- Atender seus clientes no canal que lhes convenha 
- Aumentar agilidade e produtividade
- Conquistar novos clientes e novos mercados
- Transformar novas ideias de produtos/serviços em oportunidades de negócio (novos negócios)
Os modelos de negócios mais procurados na internet são:
B2C -  empresa vendendo para consumidor final 
B2B – empresa vendendo para outra empresa
+ Crie, conheça ou venda cursos online
Moodle
+ Outlet Virtual
Nada mais é do que promoções via web ou através de comércio eletrônico. Muita gente pensa que comércio eletrônico é uma “loja virtual”...um e-mail pode ser uma ferramenta de comércio eletrônico.Neste casso específico, na maioria das vezes você é convidado a se cadastrar em um determinado mailing e fica sócio de um clube de compras que promove regularmente promoções de quebra de estoque ou mudança de estação, etc. Em muitos casos, é uma empresa que compra estes estoques e disponibiliza na web com preços promocionais de diversas formas na Web, anúncios, e-mail marketing, promoFacebook etc.
+ Tablets
Foram inventados para se consumir conteúdo e propiciar mobilidade e instantaneidade, que os notebooks não tem. Entre as possibilidades já usadas a leitura de livros, jornais, diversão, jogos, sistema de consultas e pesquisas, entrevistas on line e para serem utilizados para cardápios digitais de Bares e Restaurantes, Folder de Produtos e Serviços, tudo isso online, com mobilidade e dinamismo
+ Pagamentos eletrônicos
No momento os mais difundidos no Brasil são os cartões de crédito e débito, iniciando-se nos próximos meses os pagamentos via celular. Em breve muitas empresas e sistemas de pagamentos estarão chegando ao Brasil, com pen drives que carregam créditos e dispositivos de RFID (chips inteligentes) que permitem receber ou autorizar transações e créditos/débitos e podem ser colocados até no corpo de forma subcutânea
Também existem sistemas que permitem a transferência de dinheiro entre indivíduos ou negociantes usando um endereço de e-mail, assim, evitando métodos tradicionais como cheques e boleto bancário, como o PayPal
O que vem por aí
+ M-Commerce
Trata-se do pagamento de valores através de aplicativos colocados e baixados nos celulares (smartphones) e servem para dispensar e substituir o uso de dinheiro e cartão de crédito/debito. Deve se tratar de uma nova revolução nos próximos meses e deve ser mais interessante para reduzir os custos de cartões de crédito. Os celulares e as companhias telefônicas deverão transacionar dinheiro. Os celulares serão utilizados como meios de pagamentos (móbile payments) e poderão receber créditos para serem gastos, por exemplo, em máquinas de refrigerante onde o interessado digita um numero e envia um código e o produto da máquina é liberado, consumindo os créditos dos celulares ou debitando na conta de telefone do mesmo. Isto também servirá para ingressos em shows, jogos da Copa, pagamento de taxi etc.
+ V-Commerce
É a utilização de vídeos para comércio eletrônico, uma mistura entre entretenimento e comércio.  Ajuda os consumidores na escolha dos produtos.Um exemplo de v-commerce é o site ShopNBC.tv.  A ShopNBC praticamente inventou o conceito de V-Commerce, ou Vídeos no Ecommerce quando surgiu alguns anos atrás nos EUA. Depois de cinco anos usando pesadamente v-commerce, eles descobriram algumas coisas: Vídeos de produtos orientados para vendas têm uma capacidade enorme de aumentar as vendas de um produto na web
Fonte: Sebrae-SP e Marcelo Castro

Sobra dinheiro para emprestar ao empresário paulista

Quando a Nossa Caixa foi vendida em 2008 para o Banco do Brasil foi criada uma agência de fomento no estado, uma espécie de “BNDES paulista”. O aporte inicial na instituição para
emprestar foi de R$ 1 bilhão.

Isso foi em março de 2009. Desde então, a Nossa Caixa Desenvolvimento emprestou “apenas” R$ 330 milhões, sendo que cerca de 80% desse valor foi para pequenas e médias empresas do Interior.

Segundo a instituição, está sobrando dinheiro em caixa para emprestar porque o programa ainda tem pouca divulgação. Nesse aspecto, empresas do Interior saemna frente porque tem laços mais fortes com entidades de classe, uma das vias de acesso à agência de fomento.

DUAS NOVIDADES /Ontem, a instituição renovou o acordo de cooperação com o Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o que deve ajudar a aumentar os empréstimos, segundo o presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento, Milton Luiz de Melo Santos.

“Essa parceria permite ao empresário paulista que está no Interior conhecer em detalhes os
benefícios das nossas linhas de financiamento para projetos de investimento e a modernização
dos seus negócios “, disse.

Também foi alterado de 5 anos para 10 anos os prazos dos financiamentos para projetos de investimentos.

As linhas de crédito são para empresas que tenham faturamento entre R$ 240 mil e
R$ 100 milhões.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Plano de ajuda tentará reanimar indústria ‘ferida’

O governo federal lançou ontem sua nova política industrial para estimular exportações e o emprego. A  renúncia fiscal (soma de quanto o governo deixará de arrecadar em impostos para estimular a indústria) deve chegar até R$ 25 bilhões, segundo o  ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.
Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), por conta do dólar baixo, 48% das empresas exportadoras perderam participação no mercado externo no ano passado, ou deixaram de exportar.
Não só indústrias grandes são penalizadas. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, em 2009 haviam 5.178 microempresas exportadoras e 4.693 pequenas empresas exportados no estado de São Paulo.



positivo /A economista da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Cristina Helena Mello comentou ontem que já há no Brasil um cenário de desinstrualização, por causa do real valorizado e da competição acirrada com países asiáticos. “Por esses motivos o que foi anunciado ontem foi muito positivo, como retirar impostos da folha de pagamento dos trabalhadores. É uma política econômica aliada com interesses nacionais”, destaca.
Ela também lembra que boa parte do que foi anunciado ontem estava na chamada “Agenda Perdida”,  um conjunto de diagnósticos e propostas para a retomada do crescimento no Brasil com maior justiça social criada ainda em 2002 pelos economistas Alexandre Scheinkman e Marcos Lisboa. “No governo Lula isso não foi feito, faltou a coragem de fazê-lo”, finaliza.

Opinião
Paulo Skaf,
presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
Mais precisa
ser feito

A ação de zerar a folha de pagamento para os setores calçadista, têxtil, de móveis e de software é excelente, pois são alguns dos que mais sofrem com a China e  o dólar baixo. Mas isso precisa  ser expandido a todos os setores industriais urgentemente, pois todos estão vendendo menos. Mais precisa ser feito também no Simples, para enquadrar um número maior de empresas no sistema facilitado e de menos de impostos. Também é preciso de uma mudança nos leilões de concessão para reduzir custo da energia elétrica, que prejudica empresas e consumidores. O que o governo anunciou é só o passo inicial de várias mudanças necessárias para o país crescer.



Principais ações previstas

Plano Brasil Maior

- Desoneração da folha de pagamento
Projeto piloto até 2012, terá medidas acompanhadas por um comitê tripartite formado por governo, sindicatos e setor privado. Serão beneficiados setores intensivos em mão de obra. Terão a alíquota previdenciária de 20% zerada sobre a folha de pagamento:
- Confecções
- Calçados e artefatos
- Móveis
- Software
Em contrapartida, será cobrada uma contribuição sobre o faturamento com alíquota a partir de 1,5% de acordo com o setor

- Novo regime setorial automotivo
Há a programação de um novo regime setorial, com um pacote de incentivo tributário como contrapartida ao investimento, agregação de valor, emprego, inovação e eficiência


- Desoneração das exportações
Instituição do Reintegro, que é a devolução de créditos de PIS/COFINS até 4% do valor exportado de manufaturados acumulados na cadeia produtiva, que hoje não dão direito a crédito

- Micro e pequenas empresas
Ampliação de capital de giro, via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com novas condições de crédito e prazo. Os investimentos contemplados vão subir dos atuais R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões, com taxas de juros de 10% a 13% a.a (ao ano). O prazo de financiamento passa de 24 para 36 meses


Saiba mais
www.brasilmaior.mdic.gov.br


Fonte: Presidência da República