sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Interior aumenta a participação no PIB estadual, mostra IBGE



O Interior de São Paulo manteve a liderança na formação do PIB (Produto Interno Bruto) do estado. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ontem, com dados de 2009, houve até uma pequena elevação na participação do Interior de 2008, quando representava 42,9% do PIB estadual, para 43,4% em 2009 (veja mais acima).

Em contrapartida, caiu aparticipação da Região Metropolitana. A gerente de Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Sheila Zani, explicou ontem que várias cidades brasileiras que vivem de indústrias sentiram o peso da crise de 2009, por isso a redução ou alta menor do PIB em locais como São Bernardo do Campo e Osasco. “Em 2009, quem pensava em produzir para omercado  externo perdeu participação. Quem ganhou participação foram os municípios voltados para o mercado interno”, disse a gerente,
por meio de sua assessoria de imprensa.

SERVIÇOS E AGRO/ Os maiores avanços do PIB municipal em 2009 no estado foram verificados em cidades voltadas para o setor de serviços e em algumas produções agrícolas, em especial cana-de-açúcar e laranja.

Em 2009, ocorreu incremento no valor bruto da produção de cana-de-açúcar, em função, principalmente, da expansão da cultura e dos preços praticados no mercado. As cidades que tiveram as maiores altas no ranking nacional foram Monções (da posição 4.502 para 1.818), Brejo Alegre (de 4.334 para 2.373) e Borá (de 5.037 para 3.679), graças à produção de açúcar e álcool.


A maior alta no PIB no Interior, em valores, foi em Campinas, que atingiu R$ 31,6 bi


São Paulo é o segundo estado mais desigual do Brasil
Junto com os dados do PIB municipal o IBGE também mede o chamado índice de Gini, uma medida internacional de desigualdade de renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima.

O índice de Gini do estado de São Paulo em 2009 foi de 0,88, o segundo pior do Brasil. O Amazonas veio na frente com 0,89. É um sinal que a concentração da renda ainda é alta no estado de São Paulo.

O município de Louveira teve o maior PIB per capita do estado e o quinto do país, com R$ 174.891,84 e 33.251 habitantes, graças aos seus centros de distribuição de grandes empresas. E o último, Balbinos, teve apenas R$ 4.907,4 em 2009. As duas cidades tiveram uma diferença de 3.464% . A capital paulista teve renda per capita de R$ 35.271,9.

Das 645 cidades paulistas, 502 têm PIB per capita acima de R$ 10 mil; 139 acima de R$ 20 mil; e só 54 acima de R$ 30 mil.

O 1olugar no país veio da pequena São Francisco do Conde (BA), que abrigava a segunda maior refinaria de petróleo em capacidade instalada de refino do país, com PIB per capita de R$ 360.815,83.




Opinião
Maurício Godoi Lima
Coordenador do Laboratório de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração)
País precisa faturar mais
O PIB ainda é concentrado não somente em poucos municípios, mas em grande parte da região Sudeste, motivado pelo fato do próprio processo histórico de industrialização que permitiu a alguns municípios pertencentes a essas regiões possuírem maiores investimentos em qualificação da mão de obra, logística e infraestrutura básica para atender a demanda do restante do país e do mundo.

A crise mundial que vivemos hoje, iniciada em 2008, continuará afetando as principais economias. Conforme expectativa do FMI, em 2012 iremos manter o processo de economia desacelerada, o que pode prejudicar o PIB das cidades.

A solução para redução das desigualdades sociais e o baixo desempenho da economia brasileira seria a redução do chamado Custo
Brasil, através do investimento em logística, educação, distribuição de energias e redução da carga tributária. Assim, os municípios contribuiriam com maior produtividade, em consequência disso, o Brasil cresceria com taxas próximas as dos outros emergentes como Rússia, Índia e México.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Brasil aproveita mal seus adolescentes, afirma Unicef


O Brasil avançou em muitos indicadores sociais na última década, mas sua desigualdade ainda cobra um preço grande. Por exemplo, no caso dos adolescentes brasileiros, cresceu o número daqueles vivendo na extrema pobreza nos últimos anos.

É o que mostrou ontem o Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) no estudo “Situação da Adolescência Brasileira”. Os dados mostram que os brasileiros de 12 a 17 anos que vivem em famílias com renda per capita de até um quarto do salário mínimo passaram de 16,3% (2004) para
17,6% (2009). No mesmo período, a situação de extrema pobreza da população em geral caiu de 12,4% para 11,9%.

As projeções demográficas mostram que o Brasil não voltará a ter uma participação percentual
tão significativa dos adolescentes no total de sua população. Ou seja, sofrendo com vários indicadores ainda ruins para os adolescentes (veja acima), o Brasil pode estar perdendo uma grande oportunidade de desenvolvimento futuro.


A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, aponta que os adolescentes têm
alguns de seus direitos mais violados do que outros grupos etários da população. Além disso, ressalta que parte da população ainda tem preconceito com adolescentes, o que faz com que esse grupo populacional seja visto como problema.

Ela estima que Brasil tem nesta década a oportunidade histórica de “quebrar o ciclo infernal
da pobreza”.“Mas o que está se fazendo por muitos tem que se fazer por todos”, reforça.



A taxa de homicídios de adolescentes manteve-se alta em 19,1% nestes anos

Um adolescente negro tem quase 4 vezes mais risco de ser assassinado



Bônus demográfico terá auge em 2020
A economia e a demografia chamam de bônus demográfico o período no qual a população economicamente ativa supera largamente a de dependentes, composta por idosos e crianças.
Segundo projeção da professora do instituto Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Regina
Madalozzo, o auge do bônus demográfico deve ocorrer por volta de 2020, quando a proporção de
adultos deve alcançar 70,4% do total. Por isso é importante cuidar bem dos adolescentes de hoje, para aproveitar ao máximo essa condição futura. “Temos cerca de 15 anos para aproveitar isso. O país já está atrasado”, constata.