segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Brasil aproveita mal seus adolescentes, afirma Unicef


O Brasil avançou em muitos indicadores sociais na última década, mas sua desigualdade ainda cobra um preço grande. Por exemplo, no caso dos adolescentes brasileiros, cresceu o número daqueles vivendo na extrema pobreza nos últimos anos.

É o que mostrou ontem o Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) no estudo “Situação da Adolescência Brasileira”. Os dados mostram que os brasileiros de 12 a 17 anos que vivem em famílias com renda per capita de até um quarto do salário mínimo passaram de 16,3% (2004) para
17,6% (2009). No mesmo período, a situação de extrema pobreza da população em geral caiu de 12,4% para 11,9%.

As projeções demográficas mostram que o Brasil não voltará a ter uma participação percentual
tão significativa dos adolescentes no total de sua população. Ou seja, sofrendo com vários indicadores ainda ruins para os adolescentes (veja acima), o Brasil pode estar perdendo uma grande oportunidade de desenvolvimento futuro.


A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, aponta que os adolescentes têm
alguns de seus direitos mais violados do que outros grupos etários da população. Além disso, ressalta que parte da população ainda tem preconceito com adolescentes, o que faz com que esse grupo populacional seja visto como problema.

Ela estima que Brasil tem nesta década a oportunidade histórica de “quebrar o ciclo infernal
da pobreza”.“Mas o que está se fazendo por muitos tem que se fazer por todos”, reforça.



A taxa de homicídios de adolescentes manteve-se alta em 19,1% nestes anos

Um adolescente negro tem quase 4 vezes mais risco de ser assassinado



Bônus demográfico terá auge em 2020
A economia e a demografia chamam de bônus demográfico o período no qual a população economicamente ativa supera largamente a de dependentes, composta por idosos e crianças.
Segundo projeção da professora do instituto Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Regina
Madalozzo, o auge do bônus demográfico deve ocorrer por volta de 2020, quando a proporção de
adultos deve alcançar 70,4% do total. Por isso é importante cuidar bem dos adolescentes de hoje, para aproveitar ao máximo essa condição futura. “Temos cerca de 15 anos para aproveitar isso. O país já está atrasado”, constata.

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