quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sair do Brasil para trabalhar já não é garantia de grana no bolso



O brasileiro desanima quando compara seu salário com os ganhos de trabalhadores de países desenvolvidos. Isso faz com que muita gente deixe o país e busque emprego no exterior. Mas numa situação de crise econômica nos EUA e na Europa, principalmente, ainda vale a pena se aventurar?

Hoje, o Brasil tem baixo índice de desemprego e estimativa de crescer 3,29% este ano. Já os países ricos estão com desemprego em alta e crescimento estagnado, em alguns casos até com situação de recessão. Esses são motivos que levam especialistas de Recursos Humanos a afirmarem que, hoje, as melhores oportunidades estão aqui. “O Brasil vive uma situação inversa, na qual brasileiros antes expatriados estão retornando e buscando emprego no país. E os estrangeiros têm visto no crescimento da economia brasileira uma oportunidade ante as crises na Europa enos EUA”, comenta o diretor geral no Brasil da multinacional de RH Manpower, Riccardo Barberis.

Pesquisa deste ano da Manpower mostra que, no Brasil, quase seis em cada dez empregadores têm dificuldade de preencher as vagas.

E quando trabalhar no exterior é um sonho ou necessidade profissional? Rachel Sciré, especialista em RH do ClickCarreira, portal focado no desenvolvimento profissional, lembra que há alternativas. “Algumas empresas,como a KPMG, SAP, Andrade Gutierrez e Rabobank, oferecem programas de trainee com vivência internacional, o que pode ser uma boa alternativa para ganhar experiência profissional fora do Brasil, sem correr os riscos de ser afetado pelo desemprego”, cita.

Ela destaca que o mercado de trabalho sempre vê a atuação internacional com bons olhos, mas a decisão deve ser bem calculada. “Quem tiver interesse em sair do país deve avaliar como a mudança poderá contribuir para a carreira, levando em conta a trajetória profissional e os planos para o futuro”, analisa.

A opção de trabalhar fora pode também incluir fatores como juntar dinheiro, aprender uma
língua e adquirir experiência. Mas os contras devem ser levados em conta. É importante antes
conhecer a situação do país que está na mira e se o emprego almejado tem estabilidade.



EUA prevê crescer 1,7% neste ano; o conjunto da Europa, abaixo de 1%

Censo: os 10% com os maiores salários no Brasil ganham 44,5% do total da renda



Endividamento em massa causou grave situação
A atual crise dos EUA e da Europa tem razões antigas. O Tratado de Maastricht, também conhecido como Tratado da União Europeia, de 1992, criou a integração econômica do continente. Ficava estabelecido que nenhum país poderia ter dívida interna maior que 60% do PIB (Produto Interno Bruto).

Só que isso não ocorreu, os governos gastaram muito mais do que arrecadavam, principalmente os países periféricos como Grécia, Irlanda, Portugal e Itália.

A criação do euro, em 1999, estabeleceu apenas a união monetária. Não houve união fiscal e política dos países. Mas, como as economias e bancos estão interligados, quando os países pequenos começaram a ter problemas para honrar suas dívidas, o continente inteiro sentiu o golpe.

No caso dos EUA, a grave crise de 2008 também veio de dívidas. Milhares de pessoas sem condições de pagamento tomaram crédito e bancos passaram a vender o direito de pagamento dessas dívidas. Isso foi possível porque o país tem poucas leis de regulamentação financeira, desde o governo de Ronald Reagan (1981-1989).

Atualmente a crise da dívida é mais grave na Europa, com países perto de realizarem calotes. A chanceler alemã, Angela Merkel, à frente do país mais rico da Europa, tenta conduzir reformas e ajudas aos vizinhos, mas o continente é extremamente complexo. São 17 parlamentos brigando por seus interesses.

A expectativa é que a Europa e os EUA continuem com baixo crescimento econômico por vários anos.

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