segunda-feira, 26 de março de 2012

Jovens descobrem mina de ouro

Um jovem programador começou sua empresa em 2006 gastando apenas US$ 16 (cerca de R$ 30) por mês e hoje já atua em todo o país e no exterior, além de já ter recebido mais de US$ 5 milhões
em investimentos.

Você pensou que essa história é mais uma de sucesso do Vale do Silício, nos EUA, celeiro de
empresas bilionárias de tecnologia e internet? Não é. As chamadas startups também começam a virar realidade no Brasil, tudo regado a muito dinheiro (saiba mais ao lado).

Marco Gomes, 25 anos, é fundador da boo-box,  pioneira empresa brasileira de tecnologia de publicidade em mídias sociais. Em dezembro de 2006 ele era estudante de computação da UnB (Universidade de Brasília) e trabalhava como coordenador de uma equipe de programadores. “Percebi que havia um espaço de mercado na época, a publicidade online em redes sociais. Por isso larguei tudo e formei minha empresa em São Paulo”, conta.

Ele juntou suas economias, desenvolveu sua ideia em um site e gastava no começo só R$ 30 na hospedagem. Aos poucos ele foi mostrando sua ideia para investidores, melhorou a gestão de sua empresa e começou a crescer. Hoje, o negócio já conta com 75 funcionários , também atua na Argentina e produz 3 bilhões de anúncios por mês.

TUDO A FAVOR /Renato Fonseca de Andrade, especialista em inovação, empreendedorismo e redes sociais do Sebrae-SP, afirma que o país vive uma convergência de vários fatores que estão ajudando a proliferação de startups.

“As universidades acordaram para o empreendedorismo, os investidores têm o Brasil como alvo preferencial, a massificação da internet permite o acesso de um produto a milhões de pessoas, enfim, é um ecossistema que vai crescer ainda mais”, diz.

‘Peneira’ de fundos é bem criteriosa
Os fundos de investimento que apoiam as startups no país recebem recursos de investidores nacionais e estrangeiros, como bancos, fundos de pensão e investidores individuais. O retorno vem quando as empresas crescem e são vendidas depois de alguns anos, por valores bem maiores do que foram investidos. Como o dinheiro dos fundos vai para várias empresas o risco é diluído, as empresas mais lucrativas compensam as de menos sucesso.

Uma das mais importantes gestora de fundos de investimentos do Brasil é a Confrapar, que possui R$ 90 milhões disponíveis e mais R$ 200 milhões em prospecção para investir em empresas. Atuando desde 2005, ela já investiu cerca de R$ 35 milhões em novas empresas brasileiras focadas em tecnologia, como mídia, internet, jogos e mobile.

Carlos Eduardo Guilhaume, diretor executivo e sócio-fundador da Confrapar, conta que há uma
“peneira” grande antes das empresas serem selecionadas.

“Nesses anos, analisamos pouco mais de 2 mil empresas e nove receberam investimento. A diferença é tão grande porque procuramos empresas com foco, modelo de negócios adequado, empreendedores com ideias inovadoras, que saibam porque pedem o dinheiro”, explica.

O dinheiro disponível dos fundos cresceu nos últimos anos. Segundo o Centro de Estudos em
Private Equity e Venture Capital da FGV-EAESP, no início de 2005 existiam no Brasil 71 organizações gestoras com não mais do que US$ 6 bilhões em veículos de investimento (fundos). Ao fim de 2009, já eram 144 gestores que administravam comprometimentos de capital de US$ 36,1 bilhões.



Investidor dá dicas para novos
Cassio Spina, autor do livro “Investidor-Anjo – Guia Prático para Empreendedores e Investidore s”, dá dicas para startups.
Segundo Spina, a startup que busca dinheiro deve primeiro elaborar sua apresentação ao investidor de forma clara e concisa. Uma apresentação de 2 a 3 minutos é o ideal.
Na ideia não pode faltar: o mercado-alvo e a necessidade atendida; como o produto/serviço atenderá esta necessidade; sua inovação/diferenciação e o potencial do negócio.
Após a apresentação inicial rápida o empreendedor pode mostrar um documento de 1 a 2 páginas que contem as informações básicas do modelo do negócio e da empresa, incluindo seus sócios e equipe.

502
É o número de empresas brasileiras em 2009 com dinheiro de fundos de private equity ou venture
capital

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