segunda-feira, 26 de março de 2012

Aeroportos sonham com R$ 300 mi de concessões


O movimento nos aeroportos do Interior, como é possível ver no quadro acima, aumentou
43% de 2010 para 2011. Mas o investimento não acompanha essa sede de voar do interiorano.

O governo vai injetar este ano apenas 16% a mais do que foi investido no setor em 2011: R$ 70 mi contra R$ 60 mi.

Osaeroportos têm deficiências operacionais e de infraestrutura que impedem a operação de
mais empresas aéreas e o consequente aumento da utilização do transporte.

A geógrafa Ana Paula Camilo Pereira, que pesquisa os aeroportos com maior fluxo aeroviário
no Interior, aponta gargalos em itens como o pátio para as aeronaves, as condições e o tamanho da pista, a área e a capacidade do terminal de passageiros, o número de balcões de check-in, entre outros fatores.

Uma solução para injetar mais investimentos nos terminais seriam as PPPs (Parcerias Público-Privadas), proposta debatida há pelo menos quatro anos no estado.

Estudo da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) aponta que as concessões dos 31 aeroportos do Daesp poderiam trazer investimentos iniciais de R$ 300 milhões. Mas o assunto ainda tem impasses sérios.

PROBLEMAS /Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Transportes, o modelo concessão ainda é estudado e depende também de aprovação da Seac (Secretaria Especial de Aviação Civil).

Outra: o convênio na questão aeroportuária entre o estado de SãoPaulo e a União é de 1980 e
precisa ser renovado para as concessões saírem.

E o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, também presidente do Conselho Gestor do Programa Estadual de PPPs, considera essencial que antes seja construído o terceiro aeroporto na região metropolitana da Capital para realmente estimular a aviação regional.


ENTREVISTA
Guilherme Afif Domingos_vice-governador
Pergunta _ Antes da concessão dos 31 aeroportos do Daesp, o senhor considera essencial a construção do terceiro aeroporto na região metropolitana?
_ A concessão dos 31 aeroportos já está desenhada, foi feita em lotes etc. Mas nós achamos que
essa concessão seria muito mais atrativa se nós tivéssemos um aeroporto na região metropolitana para criar um hub [plataforma de voos] para a aviação regional. Com isso ela será turbinada, porque existe uma demanda reprimida muito grande, até porque não há hub para a
aviação regional nos grandes aeroportos de São Paulo.

Que cidades poderiam receber o terceiro aeroporto?
Fala-se no ABC, em Mogi das Cruzes, em Caieiras. No meu ponto de vista, para a aviação regional, nós deveríamos utilizar um aeroporto já existente. Nós temos pressa. O meu ponto de
vista, que é pessoal, seria aproveitarmos o Campo de Marte só para operar com avião  turbohélice. Eu chamo esse projeto de “busão aéreo”. Exatamente um ônibus diário para que os empresários possam se programar para irem a um ponto pela manhã e voltarem no mesmo dia.

O terceiro aeroporto deve ser uma PPP gerida pela iniciativa privada?
Integralmente. Eu acredito que esse terceiro aeroporto deva ser uma concessão.

O modelo de concessão dos aeroportos paulistas do Daesp  já foi definido? Em lotes?
Esse é um processo que foi desenhado desta forma, mas para ele poder ser efetivamente  viabilizado, seja em lotes ou seja com operação integrada, precisa do hub, para que ele possa  ter um movimento aquém da expectativa dos investidores.

Com mais investimentos e gestão moderna, os aeroportos podem dinamizar negócios e lazer no Interior?
Sem dúvida. São Paulo tem que ser olhado como um centro dinâmico da nossa economia. São Paulo está entre as 20 maiores economias do mundo. E saindo na frente também nesse quesito, eu tenho certeza, teremos um centro de aviação regional tão desenvolvido quanto o de qualquer país desenvolvido do mundo.



Seac diz que não há prazo para análises
Por meio de sua assessoria de imprensa em Brasília, a Seac informou que ainda
debate as regras de concessões para os aeroportos nos estados e não há prazo para isso terminar. Mês passado saíram as primeiras concessões dos aeroportos da Infraero. As empresas vencedoras dos leilões dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília terão que investir, até a Copa de 2014, R$ 2,8 bilhões em obras nos três locais.

Plano nacional também é objetivo
A Seac informou que vai divulgar nos próximos meses um plano nacional de aviação civil. Os detalhes estão sendo discutidos também com a Presidência da República e a Casa Civil. O plano deve ter diretrizes de longo prazo para a aviação nacional e regional, com a lista do que poderá ser privatizado e informações sobre preservação de áreas que receberão novos aeroportos


NECESSIDADE
“O modelo de concessão nos aeroportos é um caminho importante e até essencial para a expansão dos inve stimentos”
_ Paulo Godoy, presidente da ABDIB

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