terça-feira, 23 de agosto de 2011

Líbia tem riscos de ter novo tirano

Com o avanço cada vez maior das forças rebeldes em Trípoli, capital da Líbia, a ditadura de  42 anos de Muammar Kadafi parece estar chegando ao fim. Mas há grandes riscos de um tirano entrar no lugar do atual.
O professor de Relações Internacionais da ESPM e ex-funcionário do Conselho de Segurança da ONU, Heni Ozi Cukier, comenta que a Líbia, um país sem Constituição que, antes de construir um estado, precisa construir uma nação. “É um país muito fragmentado, com cerca de 140 tribos e que sempre foi unido na base da força. Seria comum se outro tirano ascendesse ao poder”, diz.
O CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político da rebelião na Líbia, já deu declarações sobre as etapas a serem atingidas para chegar numa democracia, mas a complexidade do país dificulta isso. A Líbia tem cidades separadas pelo deserto e sem boas ligações terrestres, por isso o leste e oeste  nunca foram completamente unificados. Além disso, há extremistas muçulmanos em solo líbio.
Brasil /A Líbia é um parceiro comercial pequeno do Brasil. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, ano passado foram exportados US$ 456 milhões aos líbios. As exportações totais brasileiras encerraram o período com valor de US$ 201,9 bilhões.
Para Heni, a provável queda de Kadafi deve afetar apenas politicamente o Brasil. “O Itamaraty, desde o presidente Lula, sempre foi contra a uma participação internacional na Líbia, defendendo sua soberania. No aspecto legal foi uma posição correta, mas moralmente ficou feio para o Brasil”, analisa.

Ditador tem fortuna de US$ 100 bilhões espalhada pelo mundo

Parte do dinheiro foi bloqueado, o que facilitou o avanço dos rebeldes


Paradeiro de Kadafi
é incerto
O governo norte-americano anunciou ontem que não há evidências de que o ditador da Líbia, Muammar Kadafi, tenha deixado Trípoli após a chegada das tropas rebeldes. Durante o conflito, também especulou-se que Kadafi poderia se refugiar na Venezuela, mas isso não foi confirmado ontem.

Setor do petróleo reage bem
A queda iminente de Kadafi animou o setor petrolífero, já que a Líbia é responsável por 2% do petróleo mundial e, desde que a revolta popular começou, sua produção caiu. Em Londres, a cotação do  barril de petróleo  Brent caiu 1,38% para 107,12 dólares.

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