segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Luxo no Interior já gira R$ 71,5 bilhões


Requinte, sofisticação e marcas caras. Estamos sim falando do interior de São Paulo. É o novo mercado que marcas luxo estão apostando. E muito.

E há todos os motivos para esse interesse. A pedido da reportagem, a IPCMarketing, consultoria especializada no perfil de consumo das cidades brasileiras, fez um levantamento sobre o potencial de
consumo neste ano da classe A no Interior e em todas as 27 capitais do país.

O Interior de São Paulo lidera com R$ 71,5 bilhões na frente de capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Marcos Pazzini, tecnólogo e diretor da IPCMarketing, comenta que há uma “interiorização do consumo”, seja pela migração de pessoas de mais renda para o Interior ou com a abertura e ampliação de empresas nessa região. “Houve um aumento do potencial de consumo nas classes A1 e A2 no período de 2010 para 2011, o que permite concluir que há espaço para consumo de mais artigos de luxo no interior de
São Paulo’, conclui.

PREÇOS ALTOS /Já há vários estabelecimentos voltados para esse público. Por exemplo, em
Sorocaba, o Padovanella Ristorante oferece pratos de alta gastronomia em média por R$ 90.

A grife Le Lis Blanc já tem oito lojas no Interior, sendo uma em Rio Preto há 2 anos e meio. Criada
pela empresária Traudi Guida em1988, é sinônimo de roupas femininas e produtos para a casa de alto luxo. A marca tem vestidos de seda de R$ 1,4 mil.

Nos imóveis, oCreci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) aponta apartamentos em áreas nobres de Rio Preto por R$ 5 m i l o metro quadrado, R$ 4.159,29 em Campinas, R$ 3.214,29 em São José dos Campos, e R$ 2.380,95 em Bauru.

Segundo estudo nacional da GfK Brasil e da MCF Consultoria & Conhecimento, o tíquete médio gasto pelos clientes do luxo no país, ao comparar os anos de 2009 e 2010, tem valores que passaram de R$2.726 em 2009 para R$ 4.710 no ano passado.


Mercado tem entraves para crescer mais
Segundo a GfK Brasil, a expansão do setor de luxo no Brasil tem entraves para crescer ainda mais. A penetração de produtos e serviços de luxo no país é estimada em apenas 2,5% da população, restringindo-se às camadas mais altas – predominantemente Classe A1 e parte da A2. O tamanho do mercado ainda
é desproporcional quanto à sua capacidade. Além disso, a ausência de mão de obra qualificada e a carga tributária (exageradamente alta, dificultando a implantação e desenvolvimento de mais empresas e marcas) também são apontados como problemas.


Empresas querem expansão fora do eixo Rio-São Paulo

Entre abril e maio deste ano, a GfK Brasil e MCF Consultoria & Conhecimento realizaram uma grande pesquisa com 79 empresas do segmento de luxo. As empresas apontaram que têm intenção de expandir suas marcas para fora do eixo Rio-São Paulo. Hoje a maioria dos clientes (34%) do setor estão na faixa de 35 a 45 anos. Paulo Carramenha, diretor presidente da GfK Brasil, destaca que a expansão de vendas no Brasil

deve acontecer com o alcance de mais públicos. “A maior longevidade do brasileiro e a melhoria de condições financeiras da população mais velha elevam em muito sua capacidade de consumo. Outro público a ser considerado é o de clientes mais jovens, que ainda é pouco explorado pelo setor. A estratégia para atingi-los deve ser baseada em ambiente virtual ”, analisa.


Interior luxuoso

+ Quanto as classes altas vão consumir este ano
Interior de São Paulo
A1 - R$ 13,9 bilhões
A2 - R$ 57,5 bilhões
Soma = R$ 71,5 bilhões

Cidade de São Paulo
A1 - R$ 15,9 bilhões
A2 - R$ 52,2 bilhões
Soma = R$ 68 bilhões

+ Detalhamento do Interior
-Alimentação fora de casa
A1 - R$ 663 milhões
A2 - R$ 3,2 bilhões
-Vestuário
A1 - R$ 233,9 milhões
A2 - R$ 1,4 bilhão
-Gastos com veículos
A1 - R$ 616 milhões
A2 - R$ 3,3 bilhões

(Classe A1 - renda média de R$ 13,1 mil / Classe A2 - renda média de R$ 9,1 mil)


+ Marcas mais desejadas
Louis Vuitton 23%
Giorgio Armani 10%
Chanel 8%
Christian Dior  6%
Gucci 5%
Tiffany & Co 4%
Ferrari 4%


+ Faturamento do mercado de luxo no Brasil
2006 - R$ 8,4 bilhões
2007 - R$ 9,9 bilhões
2008 - R$ 11,10 bilhões
2009 - R$ 12,30 bilhões
2010 - R$ 15,73 bilhões
2011 - R$ 20,9 bilhões


Fontes: GfK, MCF Consultoria e IPC Maps





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