quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Consumo de pirataria é mais forte com os ricos

Pela primeira vez, mais da metade da população brasileira já consome produtos piratas, com   52% ou 74,3 milhões de pessoas.
É o que revela a pesquisa “O consumo de Produtos Piratas no Brasil” da Fecomércio-Rio/Ipsos, divulgada ontem.
Os resultados  mostram dois dados graves:  a indústria da pirataria se sofisticou e os consumidores não ligam para o fato de estarem ajudando  o crime.   
Apesar de 94% dos entrevistados afirmarem que a compra de um pirata é por causa do pre ço menor, as classes A e B consomem 57% da pirataria nacional. “Isso mostra que não é só um fator meramente econômico. Cerca de 80% dos entrevistados responderam que sabem que a pirataria é ilegal, portanto, as pessoas toleram o crime”, aponta o economista da Fecomércio-RJ Paulo Padilha.
A facilidade e rapidez para encontrar um produto pirata aparecem como segundo motivo para comprar um produto pirata  (18%). “Significa que a organização da  pirataria cresceu no Brasil. É urgente uma fiscalização mais efetiva e redução de impostos para o comércio legal voltar a ser competitivo”, finaliza.
Custo/O estudo mais recente do  IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), de 2008, mostra que de cada R$ 1 circulando no país, 33 centavos são sonegados. “Isso ocorre pelo peso dos impostos, que estimulam a pirataria e a sonegação. Diminuir impostos iria estimular o consumo e a legalidade, como  ocorreu em 2009 com a diminuição do IPI”, diz o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.

Mil pessoas foram entrevistadas em 70 cidades do país para o estudo da pirataria

Economia subterrânea movimentou R$ 663,4 bi no Brasil no ano passado, diz a FGV
Receita Federal diz aumentar fiscalização
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Receita Federal informou que aumentou neste ano as operações de repressão contra a pirataria. No primeiro semestre as apreensões somaram R$ 828,89 milhões, aumento de 23,29 % em relação ao 1º semestre do ano passado. As que mais aumentaram no país foram de bolsa e acessórios (237,02%), relógios (110,77%) e medicamentos (382,92%). O produto que somou o maior valor até o primeiro semestre foram cigarros, com R$ 52,2 milhões. Foram realizadas 1,2 mil operações no primeiro semestre, contra 1.125 no mesmo período do ano passado.  A Lei Antipirataria (10.695 de 1 de julho de 2003) prevê penas de até quatro anos de prisão.


Cresce o comércio ilegal
Aproximadamente 74,3 milhões de brasileiros compram produtos piratas. Ano passado, foram 68,4 milhões
+ Produtos piratas mais comprados
CD 81%
DVD 76%
Roupas 11%
Óculos 10%
Calçados, bolsas ou tênis 7%
Relógios 5%
Equipamentos eletrônicos 3%
Brinquedos 3%
+ Nos mesmos produtos originais e legalizados, quanto no preço deles é só imposto
CD 37,88%
DVD 44,20%
Roupas 34,67%
Óculos 44,18%
Sapatos - 36,17%, Bolsa - 39,95% e Tênis Importado - 58,59%
Relógios  - 53,14%
Equipamentos eletrônicos - 49,45% Brinquedos  - 39,70%
+ Principais efeitos nocivos da pirataria
Sonegação de impostos
Desemprego
Mais dinheiro para o crime organizado
Fontes: Fecomércio-RJ e IBPT

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