segunda-feira, 12 de setembro de 2011

‘Transporte deve ser prioridade’

O estado de São Paulo é um dos mais importantes focos de desenvolvimento do hemisfério sul. Cerca de 33% do PIB do país sai do estado.
 Para manter esse ritmo um dos fatores essenciais nos próximos anos será melhorar a infraestrutura de  transportes estaduais.
Especialistas em logística (veja acima) afirmam que o estado tem gargalos que já tornam a região menos competitiva como, por exemplo, demora e  custo alto para transportar uma carga ou ainda outros tipos de modais subaproveitados.
  O pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Carlos Alvares da Silva Campos Neto , afirma que  60% das cargas movimentadas do país  passam pelo estado de São Paulo . “Por isso é importante oferecer outros modais de transporte também, não só estradas. Hoje os caminhões pagam pedágio por eixo, o que onera muito o transporte”, comenta.   
Como obras essenciais para o transportes de cargas em São Paulo ele aponta  o Rodoanel e o Ferroanel. “São obras que mexem com o estado inteiro porque cargas passando pela cidade de São Paulo só trazem prejuízos econômicos, de tempo e de segurança. E no caso da ferrovia o ganho de custo será muito grande”, afirma.
Atualmente 30% da mercadoria do país passa pelo  Porto de Santos e grande parte dela chega pelas rodovias.
  No caso da Hidrovia Tietê-Paraná, atualmente ela usa apenas de 25% de sua capacidade de transportes. É um grande desperdício, como aponta o Sifreca (Sistema de Informações de Fretes), órgão da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz: o metro cúbico transportado em rodovia custa cerca de R$ 120; na ferrovia, R$ 80; e por  hidrovia, apenas R$ 40.

Investimentos /Sobre essas necessidades e problemas do transporte paulista, o secretário estadual de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, foi procurado mas não concedeu entrevista alegando problemas de agenda.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a secretaria informou  que prevê investimentos para melhorias malha rodoviária, nos aeroportos sob sua responsabilidade, na Hidrovia Tietê – Paraná e no Porto de São Sebastião, somando mais de
R$ 5 bilhões
Na hidrovia, por exemplo, está prevista ampliação da navegação em 55 km.  A navegação ampliada permitirá a atracação de cargas para a hidrovia em torno de 11,5 milhões de toneladas por ano, triplicando a movimentação de hoje.
O sistema hidroviário Tietê-Paraná possui 2,4 mil quilômetros de vias

São 31 aeroportos administrados pelo governo paulista, através do Daesp


Algumas novidades
 
Pedágios por km terão testes
 O governo  vai começar a cobrar tarifas de pedágio por km rodado.  A cobrança será com dispositivo eletrônico a ser instalado nos carros. Os testes iniciam em novembro.

Norte do estado terá novas vias e ligação
O novo sistema viário Norte fará a ligação das rodovias Presidente Dutra e Carvalho Pinto, ao novo Porto de São Sebastião.

Aeroportos do Daesp serão remodelados
Aeroportos do Daesp terão obras de revitalização da sinalização; recapeamento das pistas; cercamento da área patrimonial;
balizamento noturno; entre
outras melhorias.



Veja o que vem por aí em investimentos
+ Rodovias
Atualmente, 797,49 km de estradas estão recebendo melhorias. O
investimento é de cerca R$ 1,5 bilhão. Além disso, o governo estadual
pretende melhorar até 2015 cerca de 5.000 km de rodovias, com
investimento de R$ 5,2 bilhões
-> Falhas apontadas: Segundo o coordenador do Nest-USP (Núcleo de Estudos de Segurança no Trânsito da Escola de Engenharia de São Carlos da USP), Antonio Clóvis Pinto Ferraz, alguns problemas observados em muitas rodovias no estado de São Paulo são os seguintes: pequena largura livre lateral, falta de barreiras de contenção em segmentos críticos, falta de acostamento ou acostamento muito estreito, sinalização inadequada e pavimento em mal estado de conservação.
+ Aeroportos
Nos aeroportos, o governo estadual deve investir investirá R$ 60 milhões, em 2011, em
melhorias nos 31 aeroportos administrados pelo Daesp (Departamento Aeroviário).
Deste pacote, R$ 45 milhões estão licitados e em processo de
licitação com previsão de início de obras para setembro/outubro de
2011 e entrega em 2012.
Para 2012 a 2015, também estão previstos R$ 512 milhões para os 31
aeroportos para reforma nos terminais; revitalização de sinalização;
ampliação de pátios; construção de torre de controle; construção de
terminal; extensão de pistas de rolamento; grooving, equipamentos de
auxílio ao voo, máquinas de raio-x e caminhões de combate à incêndio.
Os 31 aeroportos administrados pelo Daesp, movimentaram, em 2010,
1.793 milhão de passageiros
-> Falha apontadas: Segundo a geógrafa Ana Paula Camilo Pereira, pesquisadora do setor aéreo como doutoranda da USP (Universidade de São Paulo) e bolsista da Fapesp, há necessidade de investimentos públicos para melhorar o pátio para as aeronaves, as condições e o tamanho da pista, a área e a capacidade do terminal de passageiros, o número de balcões de check-in, entre outros fatores. Os investimentos, por sua vez, estimulariam o interesse das empresas aéreas para oferecer mais rotas. Os aeroportos como os de Sorocaba, Piracicaba e Bauru são subutilizados.
+ Ferrovias
Há dois grandes projetos previstos: o Trem Expresso (passageiros) e o Ferroanel (cargas).
O Trem Expresso já foi anunciado para ligar São Paulo a Jundiaí  em 25 minutos.
Outras linhas em estudo ligarão a capital a Santos, Sorocaba, Campinas e São José dos Campos,
sendo que estas duas últimas dependem de a União viabilizar ou não o trem-bala Rio-Campinas.
A previsão é funcionarem em 2015, o primeiro será o de Jundiaí. O segundo deverá ser o de Sorocaba, e o terceiro, o de Santos.
Os três juntos deverão custar R$ 13 bilhões.
Já o Ferroanel, tem custo estimado de R$ 1,2 bilhão, com parceria dos governos federal e estadual.
Serão cerca de 60 km de trilhos Itaquaquecetuba a Jundiaí
Estão previstos pontos de carga e descarga em Cubatão, São Paulo, Campinas, Jundiaí, regão do ABCD e Vale do Paraíba
A previsão de entrega é até 2014
+ Hidrovia
O governo do estado prevê investimentos de R$ 1 bilhão na Hidrovia
Tietê-Paraná. Deste total, R$ 623 milhões são recursos do governo
federal e R$ 393 milhões do governo do estado para projeto de
modernização e ampliação dos 800 km da Tietê-Paraná no trecho
paulista.
O pacote de obras, previsto para 2011 a 2015, contemplará: ampliação
da navegação em 55 km até o distrito de Artemis (Piracicaba), e
projeto de extensão de 200 km entre Anhembi até Salto.  A navegação
nestes trechos permitirá a atracação de cargas para a hidrovia em
torno de 11,5 milhões de toneladas por ano, triplicando a movimentação
de hoje.
Expansão dos vãos da SP 333 (Cafelândia, Novo Horizonte) e SP 425
(Penápolis e José Bonifácio), previsão de início em outubro e entrega
junho/2012; expansão do vão da Ferrovia Ayrosa Galvão (Pederneiras) e
SP 595 (Ilha Solteira, Pereira Barreto); além de modernização dos
terminais hidroviários de Araçatuba e Artemis.
Estão incluídas também melhorias na infraestrutura das eclusas de
Bariri, que ganhará atracadouro de espera (edital de licitação sendo
elaborado, previsão de início em novembro e entrega em outubro/2012);
Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava e Três Irmãos.
-> Falhas apontadas de ferrovias e hidrovias: Segundo o pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Carlos Campos, esses modais de transporte são mais baratos, seguros e permitem maior carregamento, mas ainda são subutilizados no estado de São Paulo
Fontes: Secretaria Estadual dos Transportes e especialistas

Nenhum comentário:

Postar um comentário